terça-feira, 10 de julho de 2012

Iná Poggetti


Do pensamento à ação.

Tudo o que me lembro é que era um livro didático. De uma matéria que discutia formas de nós humanos, agirmos em determinadas circunstâncias. Afinal, já saí da faculdade há algumas décadas... não dá pra lembrar de tudo....

Mas deixa-me contar pra você o que me lembro. É uma historinha muito ilustrativa.

Um homem estava viajando como sempre o fazia, pois era esse seu trabalho. Era noite, e ele cruzava esparsamente com alguns carros em sentido contrário. O farfalhar das árvores, soavam familiares, indicavam que estava perto de casa.

Vinha despreocupado pela estrada afora, dirigindo seu carro, na expectativa de chegar logo em casa. A fome já o incomodava e, no entanto, não queria parar em nenhum restaurante da estrada. Sabia que Matilda iria preparar aquele belo jantar como sempre.

E assim, antecipando a boa ceia, dirigia com ânimo e entusiasmo para casa. Mas, não teve muito tempo de curtir tal felicidade, naquele momento proporcionada pelos seus pensamentos da boa recepção que teria  em casa. Sentiu um tranco na direção e percebeu que, provavelmente um pneu furara.

Matilda tinha revisado seu estepe no dia anterior? Acho que sim, ela sempre o fazia. Mas, lembrou-se que ela também tinha emprestado o macaco para o irmão. Teria ela devolvido?

Não tinha outro jeito. Teria que parar no acostamento e verificar.

Parou, abriu o porta malas esperançoso de o macaco estar lá. Não estava. Matilda não tinha recolocado tal ferramenta de volta onde deveria.

Como Matilda podia ter feito isso? Não tinha perdão! Ele estaria muito bravo com ela quando chegasse em casa!

Olhou à sua volta. As árvores tão alentadoras antes, agora pareciam já meio ameaçadoras. Pouco movimento na estrada, nenhum restaurante ou posto à vista, estava sozinho e sem ferramenta para trocar o pneu. O breu ainda tomava conta da paisagem. Logicamente, se essa história se passasse nos dias de hoje, o celular estaria sem sinal....

Pânico! Pavor! E agora?

Respirou fundo e, aos poucos, com a vista já mais acostumada com a escuridão da noite, começou avistar ao longe, no meio da mata entre as árvores, uma tênue luz vinda de algo que parecia ser uma casa.

Começou a caminhar na direção da luz, e seus pensamentos o acompanhavam.

“E se eles já estivessem dormindo?” “Afinal, quem trabalha no campo costuma dormir cedo”. “Ele iria incomodar”. “Mas, afinal, era uma circunstância extraordinária, eles compreenderiam”.

“Será que eram pessoas honestas, trabalhadoras?” “Ou, considerando o local, tão ermo, seriam pessoas que estariam se escondendo de algo?”

“E se fossem agressivos e alguém aparecesse com uma arma, apontando para ele, o que faria?”.

E nosso personagem caminhava assim na direção da luz, com todos esses pensamentos assustadores.

“Quê injustiça!” “Não havia mais pessoas solidárias no mundo?” “Afinal, se fosse ele que recebesse uma visita no meio da noite, o que faria”. “Se assustaria também!”

E com tais pensamentos, dá meia volta sem ao menos tentar buscar lá uma solução para seu problema.

Não sei como o personagem resolve a situação, ou SE resolve. A minha intenção aqui é exemplificar pra você como nossos pensamentos nos conduzem por caminhos estranhos. Como criamos fantasias e empecilhos no nosso dia a dia para resolução de problemas.

Quando não existe confusão, parece que não ficamos satisfeitos com soluções fáceis, rápidas e eficientes. Temos que fazer sacrifícios, e andar por labirintos lúgubres para valorizarmos nossas conquistas. Se não for assim, parece que não foi uma conquista, parece que foi algo que qualquer um faria a qualquer momento e com a mesma facilidade nossa. E, com certeza, queremos nos destacar ao resolvermos um problema!!

Nossos pensamentos são ferramentas que podemos usar a nosso favor ou contra nós. Precisamos decidir como queremos resolver nossos problemas, mas se você não averiguar profundamente como é que seus pensamentos estão conduzindo suas ações, estará provavelmente no “automático” e não conseguirá melhorar o uso dos mesmos.

Preste atenção aos seus pensamentos, onde eles estão definindo suas ações e onde essas ações o/ a estão levando.

Assim como na historinha acima, que não tem final nem feliz, nem triste ( não saberemos se nosso personagem afinal ceou a gostosa comida de Matilde), teremos que arriscar, buscar novas formas de pensar a respeito do que nos cerca e do que nos acontece.


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